Insights sobre um encalhe em massa de falsas orcas (Pseudorca Crassidens Owen, 1846)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2237-9290.2022.001.0005

Palavras-chave:

Cetáceos, Ecotoxicologia, Histopatologia, Encalhe

Resumo

Falsas orcas (FKWs; Pseudorca crassidens) são encontradas em águas profundas de oceanos temperados e tropicais em todo o mundo. Esta espécie é considerada quase ameaçada e as tendências das populações globais são desconhecidas, embora haja evidências de declínio de várias populações. O encalhe em massa de cetáceos continua sendo um evento intrigante e muitas vezes a(s) causa(s) não são claras ou são pouco investigadas. No Brasil, encalhes em massa de cetáceos foram registrados, mas ainda não foram investigados. Neste estudo, nosso objetivo foi relatar as características epidemiológicas de um evento de encalhe em massa envolvendo 30 FKWs vivos ocorrido no nordeste do Brasil em 2013. Tentativas de liberação e dados de monitoramento posterior indicaram resultado bem-sucedido para 24 de 30 FKWs. Investigações patológicas post mortem confirmaram a resposta ao estresse de encalhe e endoparasitismo intestinal (Bolbosoma sp.) e ótico (Stenurus sp.). Análises toxicológicas detectaram altas concentrações de mercúrio total no fígado correlacionando-se com danos hepáticos, conforme indicado por transaminases elevadas. Neste encalhe em massa, os fatores-chave foram a notificação antecipada, estrutura organizacional e operacional, pessoal treinado e suficiente, recursos e equipamentos, apoio do governo e estratégia e tomada de decisão. Esses resultados ressaltam os benefícios de uma resposta rápida da rede de mamíferos marinhos, a importância de investigações multidisciplinares integrativas e estabelecem informações básicas para encalhes em massa de cetáceos no Brasil.

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Biografia do Autor

Flávio José de Lima Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

É graduado em Ciências-Habilitação Biologia pela Fundação de Ensino Superior de Olinda -FUNESO (1989) e Doutor em Psicobiologia (Comportamento Animal) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN (2001). Desenvolveu estágio pós doutoral no Laboratório de Morfofisiologia de Vertebrados, vinculado ao Pós-graduação em Biologia Estrutural e Funcional, do Departamento de Morfologia, Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com enfoque sobre estudos morfológicos e comportamentais como causas de encalhes em cetáceos (2020). É Professor Adjunto IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) desde 2002, lotado no Campus Natal, Departamento de Turismo. É fundador do Centro Golfinho Rotador-Fernando de Noronha e pesquisador do Projeto Golfinho Rotador desde sua origem (1990). É fundador (1998) e Coordenador Geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca - UERN. Docente efetivo do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais da UERN e Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Associação Plena em Rede (PRODEMA-UFRN). Orienta estudantes de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) sobre ecologia comportamental, biodiversidade, avaliação de impactos ambientais sobre fauna e ambientes associados e sustentabilidade em ambientes costeiros, marinhos e oceânicos, incluindo Ilhas Oceânicas, em especial Fernando de Noronha. É Coordenador Geral do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar PMP-BP (RN e CE) desde sua origem em 2009, conduzindo estudos, monitoramentos, avaliação e mitigação de impactos de atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás. Conduz projetos de análises de impactos de atividades de pesquisa sísmica sobre fauna marinha. Conduz programas de atendimento de fauna marinha contaminada (emergências ambientais). Tem experiência na elaboração e execução de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada, com participação em simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil. Participou de treinamentos de Incident Comand System (ICS 100/200/300/320); assim como da elaboração de protocolos de atendimento e reabilitação de fauna marinha oleada e não oleada. Executa ações de pesquisa, resgate e reabilitação de fauna marinha (golfinhos, baleias, peixe-boi, aves, tartarugas marinhas). Participa das oficinas de elaboração e é membro dos Grupos Assessoramento Técnico (GAT) dos Planos Nacionais para a Conservação de Cetáceos Marinhos e Peixe-boi marinhos (2011/2018; 2018-2023). É membro fundador da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (REMANE); Rede de Encalhes de mamíferos Aquáticos do Brasil (REMAB); Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Nordeste (RETAMANE), Rede de Educação Ambiental Peixe-Boi (REAMP), Rede de colaboração para pesquisa e conservação de elasmobrânquios do Nordeste (RELASNE) e Coalizão para Resposta à Fauna em Emergências e Derramamentos no Brasil (CFAUNA-BRASIL). . E-mail: flaviolima@uern.br

Simone Almeida Gavilan, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Bióloga (Bacharel Zoologia) e Licenciada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1994), Mestra e Doutora em Comportamento Animal pela UFRN (1998, 2003), com tese defendida na área de Cronobiologia. Atualmente é professora Associada III da UFRN. É Vice Coordenadora e docente do Programa de Pós Graduação em Biologia Estrutural e Funcional da UFRN e coordena o Laboratório de Morfofisiologia de Vertebrados - UFRN. Atua na área de conservação de animais marinhos desde 1998, sendo pesquisadora fundadora do Projeto Cetáceos da Costa Branca UERN. Membro fundadora da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Nordeste(RETAMANE) e Representante do Brasil na Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental (REDE ASO).Atua na área de estudos sobre monitoramento, avaliação e mitigação de impactos de atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás. Conduz projetos de análises de impactos de atividades de pesquisa sísmica sobre fauna marinha e atua em atendimento de fauna marinha contaminada por óleo ou derivados de óleo (emergências ambientais).Possui experiência na elaboração e execução de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada. Participou de simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil. Participou de treinamentos de Incidet Comand System (ICS 100/200/300/320). Participou na elaboração de protocolos de atendimento e reabilitação de fauna marinha oleada e não oleada. Executa ações de pesquisa, resgate e reabilitação de fauna marinha (golfinhos, baleias, peixe-boi, aves, tartarugas marinhas). Participa das oficinas de elaboração e avaliação dos Planos Nacionais para a Conservação de tartarugas marinhas. Exerce a função de Coordenadora do Museu de Ciências Morfológicas da UFRN, sendo membro titular do Comitê de Extensão Universitária da UFRN e membro do Conselho Gestor da Rede Universitária de Museus da UFRN. É membro titular da Comissão de Ética no Uso de Animais - CEUA da UFRN. Possui Pós doutorado no Laboratório de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (LEHP UFRPE). Tem experiência na área de Morfofisiologia Comparada, Ecologia Comportamental e Histofisiologia de animais marinhos, com ênfase em tartarugas marinhas.

Aline da Costa Bomfim, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Possui Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte ? UFRN (2011). É licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2015). É mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2014). É doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2022), onde desenvolveu avaliação dos impactos das atividades econômicas sobre as espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na região da Bacia Potiguar, incluindo ainda abordagens ecológicas voltadas para o padrão de desova, sucesso reprodutivo e maturidade reprodutiva de tartarugas marinhas que se reproduzem na região. É Pós doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Estrutural e Funcional da UFRN. É docente externa do Programa de Pós-graduação em Biologia Estrutural e Funcional da UFRN. É Gerente Técnico Operacional do Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) ? Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (FUNCITERN). É membro da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Nordeste do Brasil (RETAMANE) e membro da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental (REDE ASO).É presidenta do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM). Tem experiência em Morfologia, com ênfase em histologia, atuando principalmente nos seguintes temas: peixes, tartarugas marinhas, aparelho reprodutor, sistema digestório e educação ambiental. Também tem experiência na elaboração e execução de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada. Participou de simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil. Participou de treinamentos de Incidet Comand System (ICS 100/200/300/320). Participou da elaboração de protocolos de atendimento e reabilitação de fauna marinha oleada e não oleada. 

Ana Paula Domingos Brito, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

É médica veterinária com especialização em resgate, reabilitação, soltura e necropsia de mamíferos aquáticos, quelônios, peixes e aves marinhas e em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais. Possui mestrado em ciência animal e atua em conservação e medicina de animais selvagens, com ênfase na reabilitação, patologia de vertebrados marinhos e emergências ambientais.

Gabriela Colombini Corrêa, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Formada em Ciências Biológicas, na modalidade bacharelado (2018), pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Mestre em Biologia Estrutural e Funcional, pelo programa de Pós-graduação em Morfologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2020). Desenvolvendo pesquisas nas áreas de ecologia e morfologia de cetáceos. Bióloga do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN) desde o ano de 2017, atualmente atuando como Assistente Técnico de Gestão; Sócia e Conselheira fiscal do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM). 

Josué Díaz Delgado, Instituto de Sanidad Animal e Segurança Alimentaria

Possui graduação em Licenciatura em medicina veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (2010); Mestrado em Sanidad Animal e Segurança Alimentaria pelo Instituto de Sanidad Animal e Segurança Alimentaria (2011); Doutorado em Sanidad Animal y Segurança Alimentaria pelo Instituto de Sanidad Animal e Segurança Alimentaria (2015); e é Diplomado pelo Colégio Americano de Patologistas Veterinários (2016). 

Daniel Solon Dias de Farias, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Formado em Ciências Biológicas, nas modalidades de licenciatura (2012) e bacharelado (2016), pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Mestre em Ciências Biológicas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2014), Doutor pelo Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2018); pós-doutorando e Docente Externo colaborador do Programa de Pós-graduação em Biologia Estrutural e Funcional, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2022); desenvolvendo estudos nas linhas de pesquisa de avaliação de impactos antrópicos, de ecologia, comportamento e morfologia de tartarugas marinhas, mamíferos marinhos, aves marinhas e peixes; tem experiencia na elaboração e execução de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada, com participação em simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil. Participou de treinamentos de Incident Comand System (ICS 100/200/300/320); assim como da elaboração de protocolos de atendimento e reabilitação de fauna marinha oleada e não oleada. Gerente de Pesquisa e Monitoramento do Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN); É membro da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Nordeste do Brasil (RETAMANE) e membro da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental (REDE ASO); Diretor Técnico administrativo do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM). Principais áreas de atuação: Morfologia, com ênfase em histologia, ecotoxicologia alimentar, avaliação e mitigação de impactos antrópicos em animais marinhos e educação ambiental. 

José Lailson Brito Junior, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Oceanografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1997), mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisador associado do Laboratório de Radioisótopos Eduardo Penna Franca, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem dedicado seu trabalho ao estudo do ambiente aquático, com ênfase no necton marinho e fluvial. O pesquisador atua principalmente nos seguintes temas: Bioacumulação de metais-traço (p.ex. Hg, Cd e Sn) e substâncias tóxicas persistentes (p.ex. organoclorados) em ecossistemas aquáticos; e ecologia e conservação de mamíferos aquáticos. Atualmente é bolsista dos Programas Jovem Cientista do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Prociência (FAPERJ/UERJ), Bolsista em Produtividade do CNPq, Chefe do Laboratório de Mamíiferos Aquáticos e Bioindicadores "Izabel Gurgel" da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em 2016 foi vencedor do Prêmio Faz Diferença promovido pelo Jornal O Globo e pela Federação das Industrias do Rio de Janeiro (FIRJAN). Tal premiação reconhece o trabalho, a dedicação e o talento de brasileiros, que, nas mais diversas áreas de atuação, serviram de inspiração para o país e o mundo em 2015.

Silmara Rossi, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Graduação (Licenciatura e Bacharelado) em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1995-1999), Mestrado em Ciências (Patologia Experimental e Comparada) pela Universidade de São Paulo (2005-2007) e Doutorado em Ciências (Ecologia Aplicada) pela Escola Superior de Agricultura ?Luiz de Queiroz? e Centro de Energia Nuclear na Agricultura ? Universidade de São Paulo (2010-2014). Membro da diretoria da Jaguatibaia Associação de Proteção Ambiental, exercendo atividades de educação ambiental no período entre 2007 e 2014. Integrante da equipe do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) - Bacia de Santos de março/2016 a abril/2017. Pós-doutorado pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado CAPES (PNPD-CAPES), vinculada ao Programa de Biologia Estrutural e Funcional do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte de 2017 a 2021. Analista ambiental do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP) desde agosto de 2021; responsável pelo Núcleo de Pesquisa e Divulgação (NUPED) do Projeto Cetáceos da Costa Branca - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN) e do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM) desde janeiro de 2021; pesquisadora do CEMAM. 

Ana Bernadete Lima Fragoso, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

É graduada em Biologia Marinha e em licenciatura em Ciências Biológicas (UFRJ), especialista em Biologia Marinha e Educação Ambiental (UFF), com doutorado em Ciências Biológicas na área de Zoologia (UFRJ). Fundadora do Projeto Mamíferos Aquáticos - MAQUA da Faculdade de Oceanografia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professora adjunta IV do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, onde coordena o Laboratório de Monitoramento de Biota Marinha - Projeto Cetáceos da Costa Branca. Pesquisadora, desde 2009, do Projeto Cetáceos da Costa Branca. Docente efetivo do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional - PROFBio. Orienta estudantes de graduação e pós-graduação na área de biota marinha e educação ambiental. Executa ações de pesquisa, resgate e reabilitação de fauna marinha, especialmente golfinhos, baleias, peixes-bois, aves e tartarugas marinhas. Tem dedicado seu trabalho ao estudo do ambiente aquático, com ênfase no nécton, atuando principalmente nos seguintes temas: bio-ecologia e conservação de vertebrados aquáticos, osteopatologia animal, monitoramento ambiental e educação ambiental. 

Publicado

2022-05-29