Análise da qualidade microbiológica do ar de uma cooperativa de reciclagem no Oeste do Paraná

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2237-9290.2022.001.0004

Palavras-chave:

Resíduos sólidos, Aeromicrobiologia, Fungos, Bactérias

Resumo

O trabalho objetivou avaliar a qualidade microbiológica do ar de uma cooperativa de reciclagem situada em Santa Helena/PR. Foram realizadas cinco coletas de dados em 2021 seguindo-se a metodologia da sedimentação espontânea e utilizando placas de Petri com Ágar DRBC para cultivo de fungos e Ágar EMB para bactérias Gram negativas. As placas foram dispostas abertas em dez diferentes pontos de coleta no interior e exterior da cooperativa por 30 minutos. Após incubação, quantificaram-se as unidades formadoras de colônia em cada placa e procedeu-se o isolamento dos fungos e bactérias. Para identificação dos bolores houve a comparação das suas estruturas com chaves taxonômicas. Para as bactérias, utilizaram-se os Kits Bactray. De modo a conscientizar a população sobre a separação correta dos resíduos sólidos, elaborou-se uma cartilha educacional em formato digital aos estudantes do município. Na quantificação de bactérias Gram negativas no ambiente interno, as coletas 1, 2 e 3 excederam o limite de 500 UFC m-³ de ar, enquanto no ambiente externo, apenas a coleta 5 apresentou média que não atendeu à legislação portuguesa NT-SCE-02 (utilizada como parâmetro, pois o Brasil não possui legislação específica para tal). Para avaliação frente ao conceito de normalidade, a Relação I/E (onde I é a quantidade de microrganismos no ambiente interior e E é a quantidade de microrganismos no ambiente exterior) de bactérias foi superior a 1,5, indicando fontes internas de contaminação. Foram identificadas nove espécies de bactérias, pertencentes à cinco gêneros (Acinetobacter sp., Klebsiella sp., Serratia sp., Shigella sp. e Stenotrophomonas sp.) no ambiente interno e, cinco espécies no ambiente externo, com predominância do gênero Klebsiella sp. A contagem de fungos excedeu os limites da Resolução ANVISA 09/2003 (750 UFC m-³) na primeira, quarta e quinta coletas com médias de até 956,21 UFC m-³ de ar. O ambiente está de acordo com a Relação I/E. Foram identificados 13 gêneros de bolores no ambiente interno, com predominância de Aspergillus sp., Rhizopus sp., e Eupenicillium sp. e no ambiente externo, contabilizou-se 19 gêneros com prevalência de Aspergillus sp., Rhizopus sp., Eupenicillium sp., Trychophyton sp. e Mucor sp. Os resultados indicam uma qualidade microbiológica do ar ambiente significativamente ruim na cooperativa analisada, com três amostragens com valores superiores ao recomendado pelas legislações, sendo possível associar a grande quantidade de microrganismos encontrados, com a grande quantidade de materiais que chegam à cooperativa, contaminados, sujos ou contendo matéria orgânica em seu meio, facilitando a proliferação dos microrganismos.

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Biografia do Autor

Karina Fernanda Lopes, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Possui graduação em Gestão Ambiental pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2021). Tem experiência na área de Ciências Ambientais. 

Márcia Antonia Bartolomeu Agustini, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Graduação em Ciências Biológicas, especialista em Microbiologia Aplicada (Faculdade Unyleya) e em Educação de Jovens e Adultos promovida pela UTFPR ? Campus de Medianeira. Mestre em Zootecnia (UNIOESTE) Campus Marechal Candido Rondon e Doutora em Agronomia - UNIOESTE, Campus Marechal Candido Rondon. Atualmente é professora da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) campus Medianeira. Atua nas áreas: Biologia geral e Microbiologia Ambiental.

Publicado

2022-05-29